quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Alfaitate



O Alfaiate, da família Recurvirostridae, é uma ave de tamanho medio , que possui uma plumagem de cor branca e preta, o seu é bico preto e fino e fortemente encurvado para cima e as suas patas são de cor cinzentas ou azuladas. É uma espécie colonial, ocasionalmente solitária. Os adultos tendem a regressar para os mesmos locais de nidificação de anos anteriores. O casal é monogâmico de duração sazonal, os seus ninhos são instalados no solo ou em vegetação rasteira, mas sempre perto de água. As crias são precoces e nidífugas, isto é, são capazes de sair do ninho quando eclodem, e que têm capacidade de se auto-alimentarem.
Estão principalmente associados a habitats aquáticos, como estuários, salinas, zonas de vasa entre marés, baías pouco profundas, lagoas costeiras, albufeiras de regiões interiores.
É uma espécie com uma distribuição desde o Minho até ao Algarve, sendo que os melhores locais de observação são as IBA’s (Important bird areas) do Estuário do Tejo, do Estuário do Sado e a da Ria Formosa, onde existem as maiores concentrações do país.
É classificado do ponto de vista trófico, como carnívoro, pois alimenta-se de uma grande variedade de invertebrados aquáticos (insectos, crustáceos e anelídeos), mas também de peixes de pequena dimensão.
Os Alfaiates vêm a Portugal passar o Inverno, sendo essa a melhor altura para serem observados. No sul do país, podem também ser observados alguns indivíduos reprodutores na Primavera e no Verão.
O principal factor de ameaça para esta espécie está relacionado com a perda e distúrbio do seu habitat. O crescente interesse sobre a faixa litoral para a instalação de complexos turísticos, tem afectado zonas habituais de descanso, alimentação e nidificação desta espécie, quer pela destruição ou alteração do habitat, quer pelo aumento da perturbação de toda a zona envolvente. Outros factores de preocupação estão com a contaminação das águas, poluição, predação dos ovos por animais domésticos e selvagens e eventualmente caça .
Espécie caracterizada por se concentrar em relativamente poucos locais de invernada, com apenas 10 locais atinguido 90% da população invernante na Europa, o que o torna relativamente vulnerável. A população nidificante em Portugal tem o estatuto de Quase Ameaçada e a população invernante de Pouco Preocupante. Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, o Alfaiate é considerado Não Ameaçado.



Margarida Capelo nº21 6ºA